sexta-feira, 19 de setembro de 2008

GRACÓREOS

Sou uma metáfora de mim mesmo. Um artigo meio indefinido, como meus pensamentos. As mal traçadas linhas da minha existência constantemente se fundem e se afastam. Sou sujeito concreto e áspero. Anseio um complemento, mas sou pálido, intransitivo. Queria amar; e de forma passiva, tranqüila; ser amado. A dor, acredito, deveria ser abstrata para sempre, mas é constante e forte. As minhas lembranças são agudas e circulam perplexas pela minha mente.
É uma conjunção de símbolos e fatos que, ou não possuem porquês, ou porque não os entendo mesmo. Sou cruel e possessivo em último grau. Sou exagerado, vivo meus sentimentos em estado superlativo. Amo demais, odeio demais, me desfaço e recrio.
Meu corpo, labirinto de formas indecifráveis tomado por sentimentos enigmáticos. Invadem minh´ alma, percorrem os códigos imperfeitos do meu pensamento e me levam ao chão. As palavras já não me servem. O corpo fala, mas estou mudo. Sou só sentimento e medo. Desejo o êxtase ênclise, sempre.

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Alvo

Tudo é gatilho: oportunidade, candidato ou suicídio.