sexta-feira, 19 de setembro de 2008

VentaMente

Eu tenho medo do que escrevo seja algo velado na memória.
Que a dor que sinto seja uma flecha procurando o alvo,
Repetindo a saga, o conto nunca contado.
Da ave que leva na asa, a própria história.

E é assim que a vida continua.
O pranto procurando o santo,
assim como saio por aí, te procurando.

Organizando pensamentos,
Âncoras remendadas.
De esquecimentos mal resolvidos, passados.

Quero voar de novo, cortar o vento.
Sanar a dúvida do que vejo. Te tirar do peito e te deixar a salvo.

GRACÓREOS

Sou uma metáfora de mim mesmo. Um artigo meio indefinido, como meus pensamentos. As mal traçadas linhas da minha existência constantemente se fundem e se afastam. Sou sujeito concreto e áspero. Anseio um complemento, mas sou pálido, intransitivo. Queria amar; e de forma passiva, tranqüila; ser amado. A dor, acredito, deveria ser abstrata para sempre, mas é constante e forte. As minhas lembranças são agudas e circulam perplexas pela minha mente.
É uma conjunção de símbolos e fatos que, ou não possuem porquês, ou porque não os entendo mesmo. Sou cruel e possessivo em último grau. Sou exagerado, vivo meus sentimentos em estado superlativo. Amo demais, odeio demais, me desfaço e recrio.
Meu corpo, labirinto de formas indecifráveis tomado por sentimentos enigmáticos. Invadem minh´ alma, percorrem os códigos imperfeitos do meu pensamento e me levam ao chão. As palavras já não me servem. O corpo fala, mas estou mudo. Sou só sentimento e medo. Desejo o êxtase ênclise, sempre.

Alvo

Tudo é gatilho: oportunidade, candidato ou suicídio.